sábado, 9 de fevereiro de 2013

O iceberg



O iceberg da foto representa a nossa estrutura psíquica – ou, noutras palavras, como funciona nossa cabeça. A parte acima da linha d’água é o Consciente, aquilo que a gente sabe ou percebe: as sensações que vêm dos cinco sentidos, os pensamentos e os pensamentos sobre os pensamentos, que são as reflexões.
Toda a parte submersa do iceberg é desconhecida – é o Inconsciente, a parte de nós mesmos que ignoramos, os impulsos de que não temos consciência e que muitas vezes fazem cabo-de-guerra com o Consciente. Quando isso acontece surgem os conflitos internos, a gente pira na batatinha e às vezes morde um fio de 220 volts.
A primeira camada do Inconsciente, logo abaixo da superfície, é acessada quando algum gatilho – um sabor, um cheiro, uma música ou uma imagem, por exemplo – desperta nossas lembranças, emoções ou fantasias. Aí esses conteúdos são conscientizados, é como se os tirássemos pra fora d’água. E sempre ficamos surpresos quando isso acontece porque eles surgem inesperadamente e provocam bem-estar ou mal-estar, dependendo de como nossos pensamentos interpretam a emoção, a lembrança ou a fantasia. É ou não é?
Abaixo, porém, a escuridão aumenta e o acesso é mais complicado porque lá habitam os desejos que não confessamos nem pra nós mesmos, os impulsos que reprimimos e os comportamentos repetitivos, que são as compulsões. Quando eles emergem, a chance de conflito interno é maior porque essas coisas a gente trata de esconder da consciência – elas são politicamente incorretas e bagunçam a ordem estabelecida do Consciente.
E lá embaixo, na parte mais escura e profunda, estão as duas reações básicas que aprendemos quando ainda tínhamos escamas e línguas bífidas, muito antes das cavernas: fuga e ataque. Dar no pé ou soltar os cachorros. E pra não admitir que no fundo ainda somos todos répteis, como disse o Martin Pörtner, a gente nega esses impulsos de pé junto – “eu não tenho medo de NADA!” ou “eu, violento? DESDE QUANDO???” Uhum, faz de conta que acredito!
Este iceberg sou eu, isto é você.
Agora imagine dois icebergs se encontrando no meio do oceano da vida. Eis um relacionamento.
Por isso é fundamental, seja na minha convivência comigo, seja na relação com os outros, que eu alinhe e integre esses aspectos – sob pena de acabar como o Titanic. Eu li pra caramba, fiz anos de análise, refleti sobre meus processos internos até gastar a mufa e até hoje não conheci um método mais eficiente e rápido pra fazer isso do que o Coaching – porque o Coaching é focado numa palavra que faz você tirar o dedo da ferida da autopiedade e a bunda da cadeira: AÇÃO!
Quem resume a ópera é meu mestre e amigo Mizuji Kajii: “Quer aprender? Faça!”
imagem destaque: cheesy42
. . . . . . . . . . .
Quer alinhar pensamentos e emoções? Ser coerente no que quer, pensa, sente e faz? Tem dificuldade de lidar com sua agressividade ou seus temores? Escreva pra euenos.relacionamentos@gmail.com e marque um horário, sem compromisso, pra gente conversar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário