POR: Jesus, O CRISTO
Correspondência
Lição 2 da Universidade do Espírito
Vós
“E Vós, Quem Dizeis Que Eu Sou?”
Mestre Ascenso Jesus Cristo
Amados Estudantes, Que Desejais Ensinar a Verdadeira Comunhão dos
Santos – A carta de introdução do abençoado Kuthumi, meu irmão,
descreveu-vos maravilhosamente um pouco da doçura do seu despertar para o
poder de Deus, durante a sua encarnação franciscana.
Na sua
instrução, ele defendeu sabiamente que sejam dados os ensinamentos da
perfeição da Luz a todo o investigador sincero, mas realçou a
necessidade de que todo instrutor mantenha a sua harmonia, mesmo que
algumas pessoas resolvam rejeitar os ensinamentos depois de ouvi-los1. A
cada um recomendou uma caminhada mais próxima com a Presença do EU SOU
(o Pai) e o Santo Cristo Pessoal (o Filho) como antídoto para todos os
problemas. Vejamos por que motivo é esta a melhor parte da sabedoria
divina.
Lembrar-vos-eis talvez de que eu falei aos meus
discípulos, dizendo: “E vós, quem dizeis que eu sou?”2. Bem, amados
corações, poderíeis fazer a mesma pergunta aos vossos associados de
hoje. E qual pensais que seria a resposta, ou qual gostaríeis que fosse?
Gostaríeis que vos descrevessem tão só como um tanto de energia, um
tanto de peso, com determinada idade e cor de pele, com certas
características, maneirismos e idiossincrasias pessoais? Ou preferiríeis
que a sua descrição incluísse toda a beleza, a perfeição milenária e as
dimensões emocionantes, sempre renovadas e expansivas da vossa Presença
do EU SOU e seu invencível poder da vitória do Amor?
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A escolha é clara, como facilmente podeis ver; porque a Sabedoria
escolhe sempre a melhor parte, onde a verdade eterna daquilo que sois, a
eterna esperança daquilo que sereis e o eterno amor do Pai pelo mais
puro intento da vossa alma estão em perfeita harmonia. Este vosso
conceito imaculado, mantido em prol de cada um de vós, é a nossa
instrução perpétua – eterna, imutável e, no entanto, cheia de
indescritíveis glórias, de melodias nunca cantadas, de distâncias e
extensões não delineadas, que nem mesmo os ascensos exploraram.
O
amor imortal é tão profundo que, absorvidos nas suas profundezas,
encontramos supremo consolo. No entanto, a alegria do eterno mistério
continua a existir mesmo quando tudo é explicado, pois é assim a
natureza do coração de Deus – o centro da inefável sabedoria, o altar da
paz eterna. Como recipientes de tal amor, como poderia o cálice do
vosso zelo deixar de transbordar no desejo de chamar toda Vida para
compartilhar das bênçãos e unidade na nossa oitava – o reino do céu!
Qual será, então, a melhor maneira de um mentor do reino do céu
alcançar as pessoas – especialmente quando o zelo desse mentor é muito
grande, estendendo braços de amor para abraçar o mundo inteiro?*
Continuando a responder a esta questão, há um conceito que gostaria de
comunicar a cada um de vós, pois se refere ao que sois realmente:
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* O meu estender de braços foi maravilhosamente retratado na magnífica
estátua do Cristo Redentor, que constitui, no Rio de Janeiro, um
belíssimo foco do meu amor pelos habitantes da América do Sul.
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Em cada átomo e sistema de mundos existe um foco central de grande
luz. Nos sistemas solares a magnitude desta luz é facilmente observada;
mas num sentido relativo, quando se lida como partes microscópicas do
todo, ela pode parecer uma mera centelha da imaginação para a maioria de
vós, por ser tão pequeno este foco central. No entanto, para nós
continua a ser uma chama do Grande Sol Central, por muito pequena que
possa parecer.
Assim é a centelha divina dentro de vós – a chama
trina da Vida ardendo no altar do vosso coração. Embora só tenha cerca
de um milímetro e meio de altura, ela constitui o centro solar e a fonte
da Vida para o vosso corpo físico.
Ora, tudo aquilo que
coalesceu na matéria em torno deste centro deveria ser um instrumento
para o cumprimento do vosso plano divino, de acordo com a idéia-semente
original, contida no coração da pequenina chama. Este plano da perfeição
da vossa vida é para ser expandido através do mundo da matéria em anéis
concêntricos de luz e cor vivos, divinamente alegres e radiantes;
porque as energias da chama trina, nascidas da radiação* eterna, são o
sustentáculo de toda a criação física!
Contrastando com isso, o
abuso humano do poder da centelha divina manifesta-se como grosseiras
condensações de egocentrismo, discórdia acumulada e características
terrenas que, na realidade, se solidificam em torno da chama como
densidade mental, sentimentos de ressentimento e doenças físicas.
A acumulação de discórdia no corpo e na mente subconsciente pode ser
vista pelos clarividentes como nuvens sombrias aglomeradas em torno da
chama central do ser, impedindo a penetração da Luz, cujos raios
curadores e vivificantes dispersariam natural e rapidamente dos
perturbados corações dos homens o que há de cinzento e pesado no medo e
dúvida acumulados.
__________________
* Nascidas da gloria Shekinah da Presença do EU SOU. (Veja nota 8, lição 19).
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Esta purificação acontecerá quando a teimosia humana – a relutância
inteiramente humana em aceitar a mudança, de despojar-se do velho homem e
revestir-se do novo homem3, e a obstinação em ignorar a voz interior do
Eu Real – deixar de enlamear a pura corrente da energia de Deus, que
flui incessantemente do Seu Espírito até as almas dos Seus.
Todos nós (os Mestres Ascensos) tivemos de deixar para trás essa
consciência humana e visão do mundo muito antes da nossa ascensão.
Demos à chama de Deus – a esse precioso foco da Sua inteligência que Ele
colocou em nós e em vós – a autoridade sobre os nossos mundos
individuais. Sim, amados, nós somos obedientes à chama de Deus na nossa
vida; e vós podeis ser obedientes à chama de Deus na vossa vida, se
decidirdes de todo o coração que assim há de ser!
Qual é, então,
o rumo do viver mundano em que se empenham as massas da chamada
sociedade, senão fios tecidos num tear temporal? Ano após ano, o vaivém
do tempo tece fios de luz viva corrompida pelos pensamentos e
sentimentos humanos. Estes retêm todos os velhos hábitos e momentuns da
raça, que nunca trouxeram nem nunca trarão aos homens a sua liberdade
divina, nem mesmo paz pessoal.
Amados, tão intensas têm sido as
cores do pensamento e sentimento humanos e tão recoberto de poeira
astral tem ficado o tecido que, embora seja pavorosa a tapeçaria tecida,
as pessoas continuaram, devido à sua matriz endurecida, a tecer padrões
discordantes (até mesmo a estudar as vidas dos infames), imitando tudo o
que troça do céu e lhe é contrário , exteriorizando tudo o que é
anticristo (‘anti’ ou contra o Eu Real) e que tem, por isso, de ser
eliminado.
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O Santo Cristo Pessoal nunca pode
permitir que a arte impropriamente executada pelo indivíduo seja exposta
na galeria universal da arte divina – e por isso, por lei e
misericórdia cósmicas, ele não tem outra solução senão entregar esses
tecidos do eu inferior às chamas da misericórdia e do perdão, onde as
suas formas se des-integram e os seus átomos retornam ao Coração do
Grande Sol Central para serem purificados (repolarizados).
Bem, é
por vezes difícil para seres não ascensos compreender como é que alguns
teólogos, ao serem colocados face a face com a transparente
simplicidade da Vida, que por si mesma é quase evidente, complicaram os
ensinamentos do Pai e as Suas leis a ponto de criar grande temor nos
corações dos homens. No entanto, isto é um fato, por melhores que
tivessem sido as suas intenções.
Deus é frequentemente retratado
como sendo o dispensador da vingança humana, desejando apaziguamento e
sacrifício pelos muitos pecados da humanidade, sem o que Ele entregaria
para sempre os homens a um futuro horrível ao qual não poderiam escapar
(embora esteja escrito: “Minha é a vingança [isto é, a justiça divina];
eu retribuirei, diz o SENHOR”4). No entanto, as escrituras que estes
teólogos sujeitam à sua interpretação privada declaram eternamente que a
misericórdia de Deus é de eternidade a eternidade5.
Ó meus
amados, a minha vida na Galiléia não foi sacrificial mas sim
sacramental. Foi uma oferta feita de livre vontade a Deus, e que vós
também fareis um dia (e alguns já começaram este processo) como parte da
vossa viagem de regresso ao coração de Deus.
O abençoado
Hilarion, quando encarnado como o Apóstolo Paulo, compreendeu claramente
a questão das obras do homem – tanto o seu carma positivo como o
negativo – pois as viu serem julgadas na prova do fogo quando declarou:
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“A obra [carma] de cada um se manifestará: porque o dia [a ‘Estrela
d’Alva’6, o Sol resplandecente da Presença do EU SOU] a demonstrará.
Pelo fogo [espiritual] será revelada; e o fogo provará qual seja a obra
de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse
receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá perda; o tal
será salvo, todavia, como pelo fogo [sagrado].”7
Só os padrões
sem proveito do carma, as vestes tecidas imperfeitamente com energias
corrompidas, tais como os cardos do ódio humano e formas-pensamento de
vingança, bem como o barro moldado sem a beleza crística capaz de
agradar ao Oleiro Eterno é que são rejeitados.
Os abençoados
átomos que sacrificam temporária e amorosamente as suas vidas para
compor e manter coesas, por vezes durante éons, essas opacidades
disformes criadas pelos humanos no homem e na Natureza, não devem ser
culpados pelos erros e experiências desajeitadas dos aprendizes da
grande Escola de Deus – onde a vida, como Deus, determinou que ondas
(partículas) de energia obedecessem às ordens dos Seus filhos empenhados
na grande experiência do livre-arbítrio.
Embora não pareça ser
assim, se os estudantes da escola da Terra conhecessem o plano divino ou
tivessem sido persuadidos, com a convicção da certeza divina, do
propósito mais nobre que há na Vida, eles não continuariam a trazer até a
porta do templo da Vida qualquer criação que não fosse uma perfeita
obra de arte. Além disso, ajudá-los-íamos a produzir tais obras de
perfeição – como ajudaremos a vós – se ao menos pedissem o nosso
auxílio8.
Quando exclamei: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o
que fazem!”9 falava não apenas para a multidão presente naquele momento,
mas também para todos os que evoluiriam no planeta até o dia de hoje.
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Como se pode esperar que o eu humano, tão frequentemente moldado em
imagens de imperfeição e oprimido pelas suas próprias discórdias e
opacidades (isto é, pelo carma), se sujeite ou responda aos apelos da
perfeição? Não disse eu: “Colhem-se uvas dos espinheiros ou colhem-se
figos dos abrolhos?”10
É raro, portanto, que os apelos dirigidos
ao homem externo produzam a resposta vencedora, exceto quando esse
homem, como tecelão da veste da sua alma, tenha sabiamente integrado na
sua natureza muita devoção e amor; porque assim ele responderá
espontânea, natural e rapidamente à verdade de que “EU SOU a Luz do
mundo”11.
Dirigi os vossos apelos, portanto, ao Santo Cristo
Pessoal dos homens, a não ser quando as pessoas expressarem uma vontade
natural de aprender. Só então deveis dar-lhes as nossas palavras e
ensinamentos, que são cálices que a todos levam luz e salvação.
Os mais sábios da Terra têm muito a aprender. Eu próprio recebi no
templo12 todas as iniciações dos principiantes, embora desde o começo da
minha encarnação na Galiléia os sábios soubessem que eu seria
considerado mais sábio do que os doutores e sábios daquele tempo.
Ensinei continuamente de que quem deseja ser grande tem de ser o servo
de todos13. Tal como foi dito, um grande chefe só se coloca acima dos
seus seguidores quando se trata de assumir responsabilidades.
Quando invocais com toda a intensidade do ser a vossa perfeição na Luz,
acreditando no amado vitória quando ele vos diz que a vossa vitória é
possível hoje mesmo – só então a tornai possível!
A comunhão
conosco tem de ser no nosso nível, compreendeis? Nós não podemos entrar
em comunhão com o variável eu externo, que muda conforme a temperatura
do dia, e que durante a maior parte do tempo é indeciso14. Nós apelamos
para a vossa alma e a alcançamos através do vosso Santo Cristo Pessoal.
E, acreditai-me, é assim que o fazemos agora mesmo.
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Sim, porque esta dádiva santificada da personalidade concedida através
do Filho de Deus – representado pelo vosso Santo Cristo Pessoal, que é o
‘Sol da Justiça’ brilhando com a sua força no templo do vosso ser15 –
desceu da vossa Presença do EU SOU para atuar como mediador, para
elevar-vos ao cumprimento do vosso destino divino. O Santo Cristo
Pessoal tem o poder de alcançar, não apenas a vossa mente e ser
externos, mas também a mente e psique de cada ser humano na Terra –
assim como a de todos eles! Não podem protestar contra isso nem se opor à
sua ação, porque as suas correntes vitais fluem também por meio do
Cristo único, que é o Senhor de tudo.
Enaltecei o Cristo Pessoal
em todas as almas, e ensinai-lhes a verdadeira comunhão dos santos, para
que possam compreender que a Presença Divina de cada um é uma só com
todas as outras manifestações da Presença do EU SOU – em mundos sem fim.
Ensinai-lhes a fé simples na eterna Presença, cujos braços
perpétuos as envolvem por intermédio do seu Santo Cristo Pessoal –
fazendo ressurgir os seus pensamentos, as suas mentes, os seus mundos,
as suas atividades, até mesmo as suas formas físicas, de uma prisão de
pedra (a dúvida e medo humanos solidificados) para um mundo onde não
dizemos: “Eu penso, eu creio, eu quero, eu tenho”, mas declaramos com o
Pai: “Eu sei, porque EU SOU!”.
Como anseio receber-vos nessa
Sagrada Comunhão com a vossa Presença do EU SOU, que deveríeis manter
diariamente em memória de mim16 – eu que sou um com (o “EU SOU” em mim
que é um com) da vossa natureza será separado do trigo (boas palavras e
obras) porque o tereis desejado, como também eu o desejo. Porque “Na mão
a pá Ele tem, e limpará [purificará] a Sua eira [a vossa
consciência]17”.
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Ao longo de todos os ciclos eternos,
a semente, ou idéia divina, da alma é plantada na expressa esperança
que seja multiplicada e colhyida, de que, pela refinação do calor (fogo
sagrado), ela possa tornar-se um pão sacramental tal como eu fiz a
declarar a todos: EU SOU o pão que veio do céu... Tomai, comei, este é o
meu Corpo de substância eternamente purificada, moldada voluntária e
conscientemente à imagem do Pai18.
Esta Vida a que chamais vossa,
fluindo nas vossas veias, é na verdade o vinho consagrado do Pai que
Ele sacrificou (santificou) para vós ao colocar a essência da Sua
própria Presença no seu âmago. O Pai não requer sofrimento ou prejuízo, a
não ser a renúncia àquilo que é irreal, mas dá-vos o Seu amor e domínio
temporal sobre o lote que vos cabe da Sua Vida.
É este o Seu
plano divino, concebido de forma a que possais, por opção própria,
aprender a beber sabiamente do cálice e, assim, entrardes por vosso
livre-arbítrio no vosso domínio e unidade eternos com Ele. Sim, porque
com a vossa autorização, Ele, atuando em vós tal como atua em nós,
santificar-vos-á com a dádiva do Seu amor e eterna amizade na Vida
perpétua.
Todos os estudantes que desejam beber do meu cálice,
porque desejam ser instrutores de homens)19, invocarão certamente a
implementação total da Lei do Amor que nós, os Mestres Ascensos,
oferecemos. Assim, pelo nosso poder transformador, eles beberão
verdadeiramente essa Comunhão que torna cada comungante a mesma
manifestação do Filho de Deus que EU SOU.
A esta mesa sois bem-vindos eternamente, irmão e irmã de Luz. De novo digo: Vem..., tome de graça da água da Vida!20
EU SOU o vosso guia,
um só com o vosso Santo Cristo Pessoal
Jesus, o Cristo
Fonte: págs. 13-21, do livro “Universidade do Espírito” Lições práticas
para o autoconhecimento e aprendizado das leis cósmicas; Mark L.
Prophet e Elizabeth Clare Prophet, São Paulo: Editora Summit Lighthouse
do Brasil, 2001
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