sábado, 29 de junho de 2013


  • POR: Kuthumi

    Correspondência
    Lição 1 da Universidade do Espírito

    Fraternidade
    “Apascenta as Minhas Ovelhas”

    Mestre Ascenso Kuthumi

    Aos Meus Amigos Que Desposaram a Vida Espiritual – Há tanta coisa na vida que pareceis tomar como certa; e não somente vós, pois de certa maneira toda a humanidade em maior ou menor grau encontra-se neste estado de inconsciência, estando poucas pessoas totalmente libertas dele.
    Com simplicidade quase infantil, pessoas que em outros assuntos são sensatas, parecem aceitar a criação visível de Deus sem considerar o magnífico desígnio por trás da forma e aparência física. Todos os que refletem sobre as verdades do cosmo visível e invisível chegam ao desejo consciente de estudar as obras das mãos de Deus com maior detalhe.
    Alguns sentem-se naturalmente inclinados ao estudo da Luz e da Verdade deste a tenra infância, e muitos de vós que participais nestas aulas estais entre eles. Alguns de vós começastes seguindo orientações ortodoxas e compreendestes em certo ponto, como aconteceu com todos nós, quão fútil é permanecer amarado pelas raízes de cisma, por uma doutrina fechada ou por uma hierarquia eclesiástica sem inspiração.
    Os vossos corações convenceram-se da unidade de toda Vida, e começastes a buscar a unidade por trás da diversidade do pensamento religioso.

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    A busca da Verdade levou-vos bem longe do vosso ponto de origem e começastes a viagem que leva a uma maior compreensão das leis de Deus. Alguns de vós fostes atirados para aqui e para ali, e, não encontrando alívio ou paz na busca de metas materiais, voltastes-vos para a vida espiritual como a última esperança.
    Quaisquer que tenham sido os vossos princípios ou a estrada acidentada que vos trouxe até aqui, não é isso o que realmente importa. O importante é que estais aqui em harmonia com os seres ascensos. Podeis declarar com o abençoado Saint Germain: “Eu estou aqui!”. Isto é da maior importância. Sim, porque ao fazê-lo reconheceis a unidade da Presença do EU SOU. E vosso desejo de servir expandindo a Luz e disseminando a mensagem do reino do Pai entre todos os povos torna-se claro.
    Asseguro-vos que os braços do Pai estão abertos a todos, para receber todos os buscadores e auxiliar cada aspirante no processo de auto-elevação aos braços da sua Presença Divina – a única realidade divina e porto seguro acima das tempestades e provas da vida mundana.
    Até hoje, a ajuda oferecida pelos Mestres Ascensos ao povo da Terra continua a ser de valor incalculável; no entanto, para a maioria dos homens ela não é evidente. Por nos termos graduado na escola da vida e estarmos bem familiarizados com os seus problemas e suas soluções, e visto que as necessidades da Terra são grandes, Deus usa muitos de nós, vossos irmãos e irmãs ascensos, como Suas mãos e pés – como o seu próprio coração oferecido como sabedoria personificada. Através da nossa ascensão, alcançamos uma abençoada unidade com Ele. Isto é algo que almejamos dar a cada um de vós, de acordo com a orientação da vossa Presença Divina.
    Lembrai-vos: Deus, a Poderosa Presença do EU SOU, conhece o dia e a hora da vossa ascensão na Luz.

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    Este conhecimento é guardado pela vossa Presença. Podeis estar mais perto da vossa vitória do que pensais, porque o sinal nem sempre é dado exteriormente, nem revelado aos outros.
    O amado Jesus e eu, como Instrutores Mundiais, empreendemos esta Universidade do Espírito por correspondência com um propósito – a multiplicação das nossas mãos e pés. Não será isto a verdadeira correspondência, em muitos sentidos?
    Através da fé sois as nossas mãos, os nossos pés e a nossa presença na Terra. Compreendeis a nós quando expressais a nossa consciência perante a humanidade. Compreendeis isso? Os vossos corações tornam-se cálices nos quais derramamos as fragrâncias das nossas graças espirituais, enriquecendo assim todas as pessoas de mente e espírito receptivo que têm a boa fortuna de entrar em contato convosco. Assim, ao ver-vos, podem começar a acreditar que Deus habita em forma humana. Ó, espero realmente que o entendais! Pois este é o segredo do amor que sempre existiu entre Mestre e discípulo. O objetivo da Universidade do Espírito revelará, quando alcançado, que radiação divina envolve os fiéis e quem a produz.
    Tantos filhos da terra, intrigados com seu estudo das leis de Deus, acreditam que, por um processo mágico ou semimágico serão automaticamente transformados em seres ascensos e adeptos. Devido a esta crença incerta, muitos mercenários ganham a vida ministrando o evangelho de uma liberdade meramente humana – frequentemente não dando às ovelhas de Cristo o necessário alimento espiritual1. No entanto, devemos com toda a justiça dizer que, através da sinceridade e da honra nos corações dos estudantes, muito de bom tem sido realizado apesar da hipocrisia desses pastores mercenários.certamente concordareis que um serviço modesto é melhor do que nenhum.

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    É claro que cada um é julgado de acordo com as suas obras2? E se o fizer bem, o bem lhe advirá3. A Lei não pode ser violada. No entanto, que fique bem claro que damos preferência aos mentores ungidos, cuja dedicação os trouxe até os pés do seu Santo Cristo Pessoal com corações cheios de amor, devoção e humildade necessária para transmitirem o nosso ensinamento tendo em mente os propósitos dos Mestres Ascensos.
    Por nada neste mundo privaríamos qualquer pessoa da sua esperança abençoada nem a afastaríamos desnecessariamente até mesmo de um falso mestre, a menos que como isso pudéssemos beneficiá-la; tampouco desejamos que qualquer falsa esperança venha embalá-la num sono de falsa segurança, no qual muito tempo e energia valiosos poderiam ser perdidos procurando atingir metas inexistentes. Por isso, procurai desenvolver o nosso agudo sentido de discriminação, que estamos dispostos a transmitir-vos.
    Nada queremos de vós, a não ser um amor desinteressado que podeis oferecer agora mesmo, se quiserdes. Pensai nisso! Desejamos ver-vos usufruir a mesma maravilhosa liberdade que possuímos.
    Quando eu estava encarnado como Francisco de Assis cheguei à conclusão, através do estudo dos pássaros e animais, que o meu poder de concentração, saturado como estava como o amor de Deus e com o Seu amor no homem, me conduzia a uma compreensão da inteligência divina atuante na Natureza, que anteriormente eu tão aplicadamente ignorara. Por estar mais interessado na busca do prazer do que no fervor religioso, não compreendera antes a grandeza do amor de Deus e a alegria que esse amor podia gerar, muito superior à de qualquer fonte externa. Além disso, a minha contemplação interior do reino da Natureza levara-me a considerar o céu como um lugar separado da terra.
    Imaginai, se podeis, a alegria da minha alma quando descobri que as lindas árvores eram dotadas de seres espirituais, de guardiães angélicos de grande estatura e beleza, cujo poder orientava o desenvolvimento da forma molecular, do padrão, do brilho das folhas e de suas propriedades de cura inerentes.

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    Senti a energia (força vital) radiante emanando dessas sentinelas silenciosas capturar o coração, como fez uma majestosa deva silvestre, que inspirou Joyce Kilmer a escrever o seu tão sincero poema “Árvores”4. Descobri também, para meu grande espanto, que as criaturinhas felpudas da floresta possuíam uma inteligência vital própria, refletindo o Criador, e vi como a vida que havia nelas respondia à Vida em mim.
    Oh, o céu estava afastado de mim! Porque percebi que tudo que é visível não é senão a orla do manto do céu. Só de tocar na orla física fui curado!5 O que aconteceria quando tocasse em todo o manto? Ansiava sabê-lo.
    Para alcançar esta meta transcendente que eu acreditava firmemente ser acessível – pois sabia no meu coração que Deus o havia ordenado – dirigi a minha mente para a senda da iluminação espiritual. Dia após dia a minha mente foi ficando cada vez mais santificada através do contato com os reinos espirituais. A minha dedicação concentrada na Senda e a minha contemplação da santidade de toda Vida – e da santidade do Deus que a tudo criou para Seu deleite, incluindo o homem – foram as chaves para minha assimilação dessa santidade, que parecia claramente impregnar o meu ser e tudo o que me rodeava.
    Amados corações, há algo de estranho à realidade na idéia de que Deus está separado e apartado da Sua criação. A afirmação de que Deus é o Tudo-em-todos não é um mero panteísmo doutrinário, mas uma verdade irrefutável.
    Porque, embora seja verdade que a criação está em Deus, é também verdade que Ele está na Sua criação; mas é evidente que o Seu amor, sabedoria e poder não podem ser contidos por ela. “Os céus, e até o céu dos céus não Te podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei” – disse Salomão na Antiguidade6.

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    Além disso, o fato de que a Presença Divina, o EU SOU individualizado, excede em muito a criação pessoal do indivíduo (e também a criação macrocósmica) é prova do domínio com o qual Deus tão amorosamente dotou o vosso Eu Real, feito à Sua imagem e semelhança7.
    À medida que minha alma se expandia na luz penetrante que Deus em mim derramava, eu era enaltecido repetidamente pela Sua glória expressada através do reino da Natureza. As criaturas aparentemente irracionais do campo e da floresta uniam-se a mim através do amor de Deus e também eu conseguia, finalmente, falar o seu idioma, chamando-lhes “irmãos”. Bem mais ainda deveriam todos os filhos da Luz amar-se uns aos outros e respeitar a menor parte da Vida (de Deus)!
    Com todas estas experiências transcendentes, minha alma sentiu-se movida por um grande desejo de comunicar aos outros a sabedoria sem fronteiras que me fora confiada por Deus. Neste ponto de meu despertar espiritual, percebi que um autêntico muro de resistência humana se erguera – muito mais sólido e alto do que qualquer castelo medieval – entre mim mesmo e os meus amigos e a população de Assis. Muitos homens a quem procurava alcançar não conseguiam compreender a minha vida, os meus objetivos ou os caminhos que Deus escolhera para mim – que para mim eram tão evidentes, tão fáceis de ver, tão lógicos! Para eles tornei-me um poverello, alguém que abraça voluntariamente a Mãe Pobreza. Foi então que fui abruptamente separado da família, dos amigos e dos recursos financeiros.
    Felizmente, alguns dos meus amigos eram tão sinceros e devotos que continuaram a rezar por mim. E Deus, cujos caminhos nem sempre são entendidos pelo homem8, piscou-me o olho respondendo à Sua maneira aos pedidos que lhe fizeram – levando-me cada vez mais fundo no Seu coração e abraço, ao mesmo tempo que eles pediam assiduamente o meu retorno ao caminho tão batido da ortodoxia!

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    Assim, nem fiquei desiludido com a perda dos meus amigos, nem retornei às vaidades do mundo material. Mas, aproximando-me cada vez mais de Deus para tornar-me um divino poverello, fui reunindo à minha volta, por afinidade de espírito, outros com idéias e sabedoria semelhantes e com eles formei a minha ordem sagrada dos irmãos franciscanos.
    Citei brevemente as minhas experiências terrenas para que não vos preocupeis excessivamente com os que parecerem desinteressados ou que possam ter falta de humanidade quando tentardes, com a pureza do vosso coração, dar-lhes a conhecer as leis de Deus. Lembrai-vos de que o Pai tentou durante muito tempo alcançar-vos para dar-vos todo o Seu amor e, no tempo devido, retirou-vos do meio das multidões para aproximar-vos do Seu coração e da Sua fraternidade de Luz.
    Usai a vossa energia, como também o fizemos, em correção interior e estudo, com atenção especial aos nossos preceitos que vos damos como maná para as vossas almas – até que, como um grande órgão de expansivo timbre e freqüência, sejais o perfeito instrumento através do qual o Ser Divino possa tocar as delicadas harmonias de luz curadora e tom confortador, revelando a todos através de um exemplo mais perfeito a eficácia da graça do céu.
    Se enaltecerdes em vós a Presença de Deus “EU SOU”, ela atrairá todos os homens à sua Luz maior9. lembrai-vos de que, como disse o amado Morya, somos uma fraternidade franca; e não vos canseis de fazer o bem!10
    Jesus, que chorou sobre Jerusalém11, tem desde há muito derramado o seu amor sobre os fatigados, os famintos, os pobres e os que não são livres – ansiando, como eu, refrescar, nutrir, enriquecer e libertar, na dignidade do Espírito Santo, todas as almas que amam a Luz.

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    Gostaríamos também de libertar aqueles que, por não conhecerem a Luz, não amam a Luz.
    E àqueles homens que amam as trevas mais que a luz porque as suas obras são más12, gostaríamos de trazer Luz, o amor à Luz e um exemplo de justiça – através de vós e de todos os que desejam ensinar o caminho aos homens ainda não iluminados.
    Este é o ideal da Grande Fraternidade Branca. Esta é a senda dos homens justos que se aperfeiçoaram através da imagem viva do Cristo13.
    Para esta vocação sois conduzidos pelo Espírito da Fraternidade, para que, expandindo a vossa luz, possais responder ao chamado de Cristo: “Apascenta as minhas ovelhas!”14.
    Que a saudação do ascenso Jesus Cristo esteja convosco, e a minha também.
    Vosso mentor cósmico,

    Kuthumi

    Fonte: págs. 5-12, do livro “Universidade do Espírito” Lições práticas para o autoconhecimento e aprendizado das leis cósmicas; Mark L. Prophet e Elizabeth Clare Prophet, São Paulo: Editora Summit Lighthouse do Brasil, 2001
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